Ói os zói para os monti
de onde há de vir o meu socorro?
porque num tá fácil
tá difícil de viver
me contorço feito elástico
a situação é de doer
pois essa vida de amargura
num dá chance nem perdão
ela bate e me machuca
como sofre o coração
pois a fome é muito forte
já não tenho mais vigor
só me resta a própria morte
pois já se foi todo o amor
num guento mais oiá
quanta criança aqui sofrendo
num sei como ajudá
já se foi o meu alento
ouvi dizer um certa veiz
de um certo camponeis
que é filho de uma pai
cuja própria terra feiz
agora sei toda a história
de um homem que é rei
ele feiz tanto milagre
por onde anda eu num sei
ah, o socorro há de vir
é do Sinhô a esperança
nossa boca há de rir
como faiz uma criança
meu socorro vem do Sinhô
que a terra feiz e o céu também
Ele vem com tando amor
lá dos monti e além
o socorro vem do Sinhô
que num dorme e nem cochila
Ele te guarda ele te olha
te observa lá de cima
nem o sol e nem a lua
mal algum a ti farão
nem o perigo nem o medo
nem o vir e o porvir
nem a noite nem o dia
nem a morte nem a vida
o Sinhô é tua sorte
tua alegria de viver
Ele, é o teu norte
faz o teu sol amanhecer
Ói os zói para os monti
de onde há de vir o meu socorro?
eu seu muito bem de onde
é do Sinhô que a terra feiz
Ele firma os meus passos
e me salva de uma veiz!
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